Preguiça de espírito. Onde estou eu em essência - na minha autoinvestigação sem fim - por enquanto? Sem fim, no entanto, no tempo em que a interrogação não se apresenta. Não há tempo e o despertar é constante.
Gratidão, porém, é viver pleno de mim. E ter conquistado tanta paz maior no corpo terra, mais serenidade na mente fluido, mais vida no espírito fogo e menor distância entre o que eu e a alma (silêncio).
Não há mais tempo e a vida faz-se plena. Todas as oportunidades se adiantam e já cantam: acorda acorda acorda e acorda. De acordo, dito espírito, digo: viva! Dito os acordes entoando a vibração primeira que me ciranda a todos os semelhantes seres.
Pra terra me entrego. Ao silêncio faço-me grande dentro de mim: sou maior que eu.
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Que horas são? Estou mesmo aqui? pergunto a cada instante só para camuflar o meu projeto de querer estar noutro lugar, só para que eu tenha um minuto a mais de suposta segurança, mas não me encontro aqui e a hora não é essa que me dizes, há um luminoso colocar-se no mundo e uma hora extra, estou zero-hora ...
(HILST, Hilda. Tu não te moves de ti. São Paulo: Globo, 2004. p. 32.)
terça-feira, 15 de junho de 2010
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