terça-feira, 15 de junho de 2010

a vitória da infância

Eu queria que ela fosse meu anjo.

O som do intangível soou: Vitória. Agora e na hora. Vitória. Brincar nada mais no jardim.
Lá fora.
As danças dos dias. O fluir dos movimentos por lados que não se tangem - O confrontar das veias humanas que se interligam em corpos separados juntamente respirantes.
Para que é que nos ligamos se há ruptura tão grave?
Não há e não há menos que respostas.

Dias de notícias tristes porém há sempre uma maneira certa de reescrever os momentos e fazer brilhar com mais força da arte. A semente da poesia para 'nhá terra' - verdade da vida - brotou em profundidade. Cavou com profundeza no coração da minha alma.
Querer aprender cultura. Dança. Congada. Roda. Ciranda. Cantiga. O lúdico brota e a cultura vivo, para que eu possa contaminar meus irmãos com a força da arte de aqui existir. Existir-criar.
Eu preciso fazer crescer. Eu preciso fazer crescer.

Num momento de indefinição do espírito, não sabia se era eu. Penso melhor. Sou ou estou sendo? Talvez eu esteja me tornando, em suspense do que me tornarei. Sou. Tenho uma testemunha. Volto a ser-me infante. Olho bem, e tenho receio do toque. Olho melhor: espelho. Olho menos e afasto-me. Medo de clarear.
Não há o medo e o caminho é a vitória. Tranquilizo.

Nada mais. Vibração intangível, salto incrível do coração. Criança senta, diz: "Eu queria que você fosse meu pai".

Pai de mim mesmo, eu quero fazer crescer.

Um comentário:

  1. Ricardo... é você?

    Será possível sentir a plenitude do espírito ao ler alguém? Leio você aqui e sinto-me plena em companhia e libertação. Seus últimos dois textos estão vivos e belos como seu ser/ser-enidade. Sensibilidade.
    Adoro você, você sabe.

    "Eu queria que você fosse meu irmão."
    Queria não, de certa forma, já é.

    Luz!

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