domingo, 5 de dezembro de 2010

sem direção conto com meu senso de desistência perante os caminhos que não querem me levar a nenhum lugar além de mim mesmo.
fecho-me diante da possibilidade de pensar mais. e eu penso, penso de novo: que chato é alimentar os sonhos com os pensamentos, quando os sonhos estão muito além.

deserto de almas

Num deserto de almas, também desertas, uma alma especial reconhece de imediato a outra (Caio F.)
Todos somos irmãos.
O seio de nossas almas,
enternecido pelo acarinhar dos dias
conecta-se ao calor das noites
em nossos sonhos do acalento.
Acorda a manhã de quando
finalmente afogaremos
nossos medos enevoados.
Será a luta derradeira,
na qual nossa luz será irradiada
por todos os nossos poros
rumo aos raios da natureza por inteiro.
De todas as direções surgirão
as cores tão sonhadas,
das telas mais sagradas:
nossos sonhos de constelação.
E as vidas se acalmarão
nesse novo mundo onde
se sentirão tão amadas -
serenadas, descansadas
da alma ao coração.
(Ricardo Henrique)

outro de Krishnamurti

"Os ensinamentos são importantes por si mesmos e intérpretes ou comentadores apenas os distorcem, sendo aconselhável ir diretamente à fonte, os próprios ensinamentos, e não valer-se de nenhuma autoridade” (Krishnamurti)

O Problema da Insegurança - Jiddu Krishnamurti

A existência é dolorosa e complexa. Para compreendermos os pesares que nos invadem a existência, devemos pensar-sentir por maneira nova, devemos enfrentar a vida de maneira simples e direta; se possível, devemos começar cada dia renovados. Devemos ser capazes, em cada dia, de fazer nova avaliação dos ideais e dos padrões que criamos. A vida só pode ser compreendida profunda e justamente, tal como existe em cada um de nós; vós sois essa vida e sem a compreenderdes não pode haver tranqüilidade e alegria permanentes.

Nosso conflito interior e exterior surge por obra de valores cambiantes e contraditórios, baseados no prazer e na dor, não é verdade? A causa de nossa luta é procurarmos descobrir um valor que seja inteiramente satisfatório, invariável e não perturbador; procuramos um valor permanente que proporcione perene deleite, sem vestígio de dúvida ou de dor. Nossa luta constante baseia-se nesta exigência de segurança permanente; queremos segurança, nas coisas, nas relações, no pensamento.

Sem compreender-se o problema da insegurança, não é possível a segurança. Se buscamos segurança, não a encontraremos; a busca da segurança acarreta a destruição da própria segurança. É necessária a insegurança para a com preensão da Realidade, porém uma insegurança que não seja o oposto da segurança. Uma mente bem ancorada, uma mente que se sente segura em algum refúgio, jamais pode compreender a realidade. O desejo de segurança gera a indolência; torna a mente-coração inflexível e insensível, timorata e sem penetração; impede o estar acessível à realidade. Na profunda insegurança é-nos dada a percepção da Verdade.

Mas necessitamos de uma certa segurança, para vivermos: necessitamos de alimento, de vestuário e de morada, sem o que não é possível a existência. Seria relativamente simples organizar e distribuir eficientemente os recursos necessários à vida, se ficássemos satisfeitos só com o provimento de nossas necessidades fundamentais de cada dia. Não haveria egoísmo nem nacionalismo; não haveria expansão com petitória nem crueldade; não haveria necessidade de governos soberanos separados não haveria guerras se ficássemos inteiramente satisfeitos com o provimento de nossas necessidades diárias. Entretanto, assim não o é.

Mas, porque não é possível organizar os meios de atender às nossas necessidades? Não é possível, em virtude do conflito incessante de nossa vida cotidiana, com sua avidez, sua crueldade e seus rancores. Não é possível, porque nos valemos de nossas necessidades como meios para satisfação de nossas exigências psicológicas. Porque, interiormente somos estéreis, vãos, destrutivos, servimo-nos de nossas necessidades como meio de fuga. E assumem elas, por isso, importância muito maior do que realmente têm. Tornam-se, psicologicamente, de suma importância. Ganham, assim, enorme significado os valores mundanos. A propriedade, o nome, o talento, tornam-se meios para se galgarem posições, para se alcançar o poder e a dominação. Relativamente às coisas feitas pela mão ou pela mente, vivemos em perene conflito; por esse motivo, a elaboração de planos econômicos para a existência converte-se no problema predominante. Desejamos coisas que criem a ilusão de segurança e conforto, mas que só nos trazem conflito, confusão e antagonismos. Perdemos, na segurança das coisas produzidas pelo intelecto, aquela felicidade da Realidade criadora, cuja natureza intrínseca é a insegurança. A mente que busca a segurança vive em perene temor; nunca tem alegria, nunca experimenta o estado de potência criadora. A forma suprema do pensar-sentir é a compreensão negativa, e a sua verdadeira base, a insegurança.

Quanto mais estudamos o mundo sem compreendermos os nossos anseios, exigências e conflitos psicológicos, tanto mais complexo e insolúvel se torna o problema da existência. Quanto mais planejamos e organizamos a nossa existência econômica, sem compreender e transcender as nossas interiores paixões, temores, despeitos, tanto mais conflito e confusão haverão de surgir. O contentar-se com pouco resulta da compreensão de nossos problemas psicológicos, não da legislação ou do esforço determinado de ter poucas posses. Devemos eliminar, inteligentemente aquelas exigências psicológicas que encontram satisfação nas coisas, nas posições, na eficiência. Quando não procurarmos o poder e o domínio, quando deixarmos de ser egoístas, haverá a paz. Mas, enquanto nos servirmos das coisas, das relações, ou das idéias, como meios de satisfazer nossas sempre crescentes exigências psicológicas, haverá contendas e misérias. Com a isenção do anseio vem o correto pensar, e só este pode trazer a tranqüilidade.

Krishnamurti – Do livro: O Egoísmo e o Problema da Paz – ICK - 1945

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

todos juntos

Todos juntos. Belas caminhadas em longas trajetórias. Os ativistas do 'amor-manifesto'. E eu que por instantes cheguei a pensar que faltou amor? Amor superior é o que testemunhamos em dias fora de seu tempo, na ânsia de calmaria - a dança da sincronicidade. Serenidade em corações. Nosso símbolo: Arco-Íris. É claro que o sol central não esqueceu de presentear-nos com arco-íris de cores vivas, enfilarados no sertão solar. Queria que todos os dias se pintassem com essas cores, tão sorridentes de magia. Os abraços do universo finalmente estão se abrindo. Eu sinto. E sinto agora como se num futuro breve todos nós estaremos envolvidos nessa dança de luz. Trabalhadores da luz, crianças irradiadoras mensageiros das boas notícias: juntos brilharemos na Terra, para ela se curar. Nosso encontro encantado é semente de esperança, portal da família que somos: desde então, contemplados pelo amor-irmão, nunca nos sentiremos sozinhos.

preciso nutir-me

Preciso nutrir-me. Envolvido na fome que escorre no corpo, corro à alma para que ela me socorra. Nutrir-me da força do vento, voar na fluidez coragem. Cores o amanhecer enfeitam a aurora quano meu espírito mantêm-se desperto. Acorda! Acorda! Convocam-me à festa das estrelas e eu quero ir! Rogo todos os dias e noites para que me levem daqui sem que ninguém perceba. Num sopro à sombra da paz que perpetuarei na minha deia. Mas não. É na Terra azul que fincarei os pés n'alma até o dia de minha definitiva viagem. Jornada do eu ao nós. Cada passo nos emancipa enquanto qualquer pensamento nos realça numa ciranda de união.
Nutrir-me de um oxigênio em potência, ar que me forneça poderes mágicos: encantos. Poder de ser enfim a graça que emano.

voltar para poder partir

Sair dos esquemas da vida. É como se o viver fosse fugas. Um fugir constante - constelações vestidas de instantes fugidios, pintados de utopias que borbulham em cores que de amor preenchem as telas e nossas mentes férteis. Purificamo-nos para respirar um dia, enfim. Faz-se vida inversa, fase perversa. Verso intenso, conversa eterna entre eu e eu: ah, que amor imenso sinto por minha alma. Ela acorda a cada dia, aurora dos momentos. Alma, eu floresço a ti no jardim de mim.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

o amor abraça o universo

Carta ao Sol

Sol, grande Sol Central, permita que eu continue encontrando luz e, como reaçao que eu irradie mais e mais luz. No caminho da luz, que eunão perca mais o plano, que eu me abrace ao serviço e à transform(ação), que a poesia e a arte comecem a imperar nos dias e que as cores de seus raios e dos doze raios sagrados envolvam-me com amor.

A energia do amor-sabedoria cava mais e mais profundamente um poço de luminescência no coração da minha alma.


sexta-feira, 18 de junho de 2010

utopia

Utopia

Alma Amor Arte
Arte Alma Amor
Amor Arte Alma

Assovia o ventro dentro
de nós
Viajamos por coragem
a encontrar calmaria voraz
Vento traz além o oceano
vivo de elementos
Mentes que se abrem
e tudo, tudo se faz possível
Pessoas que se unem
Mundos que se fazem
Mentes se inquietam
Irmãos renascem na força
O fundo, o fim do ciclo
Chegamos no caminho do estradar

Instante certo
Momento de estar perto
De si e de Deus
Irmãos amigos festejemos
Convoco-lhes à festa das estrelas

Luz sereia carinho cuidado
Serena
Luz Clareia para que ela
Emane mandalas de fé
Olga dos ventos que nos guiam
A andar a pé

Até o fim do ciclo
Emana amor, Salva-a-dor
Manifestarte por entre
signos e clareia com a luz do espírito
Entoa cânticos e acordes
Acorda a luz da cura, raio de sol
Este que é amigo
A festejarmos abrigo

Amigo esse que emana amor,
esse que cala a dor
Nos guia-leva e contempla
Cor
Coragem tua escalada-além

Além do que se é
as lendas das fadas
Susan sinto sua fé
Sabedoria sangue ser mulher
Sai do mundo-A voar
Harmonia

Um Planeta melhor
outra realidade
realizarte em essências
Arquitetar a consciência
Colorir as ciências
Amor Amar Arte densa
Nossa união é por vivência
Transformar ação em cor ação
Canção de nós irmãos
Raios do Sol
A Viajar na contra-mão

Canto Poesia Arte Emoção
Flor Mandala a Vida
A mudá-la

O encontro de nós mesmos
nessas terras
Um respiro, um só
A juntar nossas Essências

(Ar te)rra Fogo Água
(A mor)ada da nossa união
Alma Luz Coração
Há uma luz em nosso caminho

terça-feira, 15 de junho de 2010

a vitória da infância

Eu queria que ela fosse meu anjo.

O som do intangível soou: Vitória. Agora e na hora. Vitória. Brincar nada mais no jardim.
Lá fora.
As danças dos dias. O fluir dos movimentos por lados que não se tangem - O confrontar das veias humanas que se interligam em corpos separados juntamente respirantes.
Para que é que nos ligamos se há ruptura tão grave?
Não há e não há menos que respostas.

Dias de notícias tristes porém há sempre uma maneira certa de reescrever os momentos e fazer brilhar com mais força da arte. A semente da poesia para 'nhá terra' - verdade da vida - brotou em profundidade. Cavou com profundeza no coração da minha alma.
Querer aprender cultura. Dança. Congada. Roda. Ciranda. Cantiga. O lúdico brota e a cultura vivo, para que eu possa contaminar meus irmãos com a força da arte de aqui existir. Existir-criar.
Eu preciso fazer crescer. Eu preciso fazer crescer.

Num momento de indefinição do espírito, não sabia se era eu. Penso melhor. Sou ou estou sendo? Talvez eu esteja me tornando, em suspense do que me tornarei. Sou. Tenho uma testemunha. Volto a ser-me infante. Olho bem, e tenho receio do toque. Olho melhor: espelho. Olho menos e afasto-me. Medo de clarear.
Não há o medo e o caminho é a vitória. Tranquilizo.

Nada mais. Vibração intangível, salto incrível do coração. Criança senta, diz: "Eu queria que você fosse meu pai".

Pai de mim mesmo, eu quero fazer crescer.

silenciosa preguiça

Preguiça de espírito. Onde estou eu em essência - na minha autoinvestigação sem fim - por enquanto? Sem fim, no entanto, no tempo em que a interrogação não se apresenta. Não há tempo e o despertar é constante.

Gratidão, porém, é viver pleno de mim. E ter conquistado tanta paz maior no corpo terra, mais serenidade na mente fluido, mais vida no espírito fogo e menor distância entre o que eu e a alma (silêncio).

Não há mais tempo e a vida faz-se plena. Todas as oportunidades se adiantam e já cantam: acorda acorda acorda e acorda. De acordo, dito espírito, digo: viva! Dito os acordes entoando a vibração primeira que me ciranda a todos os semelhantes seres.

Pra terra me entrego. Ao silêncio faço-me grande dentro de mim: sou maior que eu.

___________________________________
Que horas são? Estou mesmo aqui? pergunto a cada instante só para camuflar o meu projeto de querer estar noutro lugar, só para que eu tenha um minuto a mais de suposta segurança, mas não me encontro aqui e a hora não é essa que me dizes, há um luminoso colocar-se no mundo e uma hora extra, estou zero-hora ...

(HILST, Hilda. Tu não te moves de ti. São Paulo: Globo, 2004. p. 32.)

quinta-feira, 15 de abril de 2010

pela paz!


"É preciso que cada ser na Terra comece a mudar imediatamente para um entendimento maior e direto. Estou sempre repetindo que o tempo é urgente, não deixem para amanhã se podem começar hoje. Acionem seus minutos, utilizando-se dos processos que estão sendo passados a todos. Mentalizem com força toal, pela fé e pela harmonia, pela ação da vontade consciente. Se estiverem em reuniões de grupo, façam a mentalização de um SOL verdadeiro acima de todos e ainda, particularmente, em cima de cada um, no alto de suas cabeças. TODOS SOMOS IRMÃOS."


segunda-feira, 12 de abril de 2010

juventude em marcha

As Melhores Coisas do Mundo: recomendação do dia

Um filme muito competente e envolvente, que consegue captar na filmagem, na trilha sonora e na direção de atores, a atmosfera angustiante da descoberta constante do viver dos adolescentes de classe média que habitam as cidadas. Entretanto, o filme consegue alcançar até mais do que propõe a princípio: atinge não só estes jovens, mas provoca identificação e emoção em qualquer adulto que manteve os olhos abertos para não deixar sua jovialidade ir embora junto com o tempo. Baseado na coletânea de livros de Gilberto Dimenstein e Heloisa Prieto, a série "Mano". Em tempos de sensibilização e olhar crítico urgente perante a situação da Educação no Brasil e no planeta inteiro, um longa-metragem importante, que não deve ser esquecido nas salas de cinema pelos educadores, pelos alunos e pelos jovens de nosso país. Nos cinemas dia 16 de abril.
Nota: 8


domingo, 11 de abril de 2010

de mim para o sol




todo dia o sol levanta e a gente canta ao sol de todo dia. . .


todo dia evoluir! todos os dias e em todos os sentidos eu estou me tornando cada vez melhor. Cada vez mais perto de mim. E além!

meu espírito preguiçoso a buscar luz. E que nossas essências brilhem em dourado nas profundezas da alma. Saudade de mim. Saudade da paz.

tudo o que circula nas minhas veias, o que movimenta meus músculos e articulações, tudo tem apenas um nome, um significado, tudo é amor.

lembrar os momentos. A paz de dois de nós a olhar o horizonte e logo eu penso, deixo-me recordar: a paz que eu quero. Lembrar um instante, retomo o equilíbrio distante - azul e verde - travessia dentro de mim.


ao sol central - em cima de mim. Ilumina meus caminhos, a colorir o que pudermos transmutar